Com o avanço acelerado da Inteligência Artificial (IA) e da automação nos ambientes corporativos, o cenário do emprego global enfrenta uma transformação radical. Estimativas do setor financeiro apontam que, até 2030, os principais bancos globais poderão cortar cerca de 200 mil postos de trabalho, um reflexo direto da substituição de funções operacionais por tecnologias inteligentes.

Um dos exemplos mais emblemáticos desse processo vem do Reino Unido. A Ocado, uma gigante do varejo online de alimentos, tem demonstrado como o uso intensivo de robôs e algoritmos sofisticados vem reformulando a logística e, ao mesmo tempo, enxugando sua força de trabalho. Em 2012, o processamento de um pedido com 50 itens em um centro de distribuição da empresa levava, em média, 25 minutos com envolvimento humano. Hoje, com o apoio de soluções automatizadas, esse mesmo processo é concluído em cerca de 10 minutos.
Embora a eficiência seja celebrada pelas empresas, os impactos sobre os trabalhadores são severos. Em 2023, a Ocado anunciou que até 2.300 empregos estavam ameaçados. Para 2025, a projeção é que mais 500 cargos sejam extintos, consolidando uma redução drástica no quadro de funcionários.
Especialistas em mercado de trabalho e tecnologia alertam que o fenômeno não se restringe ao setor de logística. Um relatório recente do Fórum Econômico Mundial indica que até 45% dos empregos administrativos de entrada, como assistentes e analistas júnior, correm risco de automação nos próximos cinco anos. O setor financeiro, com suas tarefas altamente padronizáveis, é um dos mais suscetíveis a essa transformação.
Fonte: Sindicato dos Bancários da Bahia (https://www.bancariosbahia.org.br/)