Há alguns anos bancários são encaminhados a clínica Aptos para realizarem seus exames ocupacionais, principalmente demissionais e periódicos. Muitos trabalhadores atendidos pelo estabelecimento reclamavam do atendimento médico, indicando que não eram examinados de forma correta e que a indicação de apto seria uma ‘regra’ nas avaliações para que o funcionário voltasse logo ao trabalho.
Bancários relataram que os exames médicos eram apresentados no momento da consulta e o médico sequer fazia a leitura e diagnosticava apto para o atendido, indicando o retorno ao trabalho. Em 2019, um funcionário de estabelecimento bancário que passou por uma cirurgia no ombro relatou que em sua avaliação de aptidão, não passou nem por testes básicos e procedimentos adequados.
“Fui submetido a uma retirada de tumor e no meu exame periódico, levei minhas ressonâncias de ombro e outros documentos. Tinha 25 dias de operado e não queria me afastar do trabalho mesmo, mas não achei correto o médico olhar para mim e falar ‘é meu amigo, vou lhe dar apto aqui porque trabalho está difícil hoje’. Deixei registrada a minha perplexidade com fato para colegas e o sindicato”, disse o bancário.
O Sindicato dos Bancários de Ilhéus chegou a ter um diálogo com Regional do Bradesco, que no passado se comprometeu a mudar de clínica para exames ocupacionais. “A mudança foi feita e uma clínica com um atendimento mais adequado foi contratada, o que durou pouco tempo, por desagradar o banco. Porque inapto mesmo era afastado e não recebia um ‘aval’ de apto”, assegurou um dirigente sindical.
“O Bradesco voltou a contratar Clínica Aptos e outros relatos de bancários questionaram a conduta da empresa, inclusive de funcionários com comorbidades e outras doenças ocupacionais que apresentaram seus exames e o médico nem examinou”, complementou o sindicalista.
O Sindicato dos Bancários de Ilhéus observa que a clínica Aptos satisfaz a vontade do Bradesco, com intuito de lhe ser agradável, o que é coincidentemente retribuído pelo banco com a manutenção de sua contração para os serviços de exames ocupacionais. A entidade sindical repudia essa prática e cobra uma atitude responsável do banco com os seus trabalhadores.