Bancos negam a realidade

Em mesa sobre saúde, a Fenaban negou a relação entre gestão e adoecimento da categoria, mesmo diante dos dados alarmantes apresentados pelo Comando dos Bancários. A mesa, nesta quinta-feira (25), foi a quinta rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), no âmbito da Campanha Nacional dos Bancários 2024.

O Comando apresentou dados alarmantes (veja abaixo) que comprovam que os bancários são uma das categorias que mais adoece em função do trabalho, principalmente psiquicamente. Por isso, os representantes dos trabalhadores exigem o fim da gestão voltada apenas a metas e resultados nos bancos, combatendo as metas abusivas e o assédio moral, dois dos principais fatores desse adoecimento.

“Os números do INSS comprovam a verdadeira epidemia de doença mental entre a categoria: em 2022, os bancários chegaram a 25% dos afastamentos acidentários relacionados à Saúde Mental e Comportamental. O problema é ainda mais assustador quando se leva em conta que muitas vezes a perícia médica nega o nexo causal (a relação de causa entre a doença e o trabalho) e quando se considera a subnotificação e também os milhares de bancários que continuam trabalhando mesmo adoecidos, por medo de perderem seus empregos”, destaca a presidenta do Sindicato, Neiva Ribeiro, uma das coordenadoras do Comando dos Bancários.

A presidenta do Sindicato, Neiva Ribeiro (de preto), e a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira (de branco), as duas coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários (foto: Willy Roberto)

Outro dado importante é que, apesar de representar 0,8% do emprego formal no Brasil, em 2022, a categoria bancária respondeu por 3,7% dos 105,2 mil afastamentos acidentários e 1,5% dos 928,5 mil afastamentos previdenciários naquele ano.

“Os dados mostram que o afastamento bancário é três vezes maior que a média geral. Nossa Consulta Nacional, com cerca de 47 mil participantes, mostra ainda que os bancários e bancárias estão fazendo relação direta entre metas exageradas e problemas de saúde. Estamos falando de preocupação com o trabalho, cansaço e fadiga constantes, dificuldade de dormir, medo de perder a cabeça. Queremos ações concretas dos bancos contra isso”,  pontuou Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e também coordenadora do Comando.

Outros dados alarmantes

O Comando também apresentou dados de recente pesquisa da Contraf-CUT sobre Gestão e Patologias do Trabalho, realizada por pesquisadores da Universidade de Brasília (UNB), que ouviu 5.803 bancários e bancárias em todo o país, em outubro de 2023. Dos participantes:

  • 76,5% relataram ter tido pelo menos um problema de saúde relacionado ao trabalho;
  • 40,2% estavam em acompanhamento psiquiátrico e, deles, 91,5% estavam tomando remédios controlados;
  • 80% dos trabalhadores disseram ter tido problemas de saúde relacionados ao trabalho no último ano

Leia matéria na íntegra no link abaixo.

https://spbancarios.com.br/07/2024/bancos-negam-realidade