Um caso chocante de perseguição e demissão de um funcionário do Bradesco veio à tona recentemente, gerando indignação e questionamentos sobre a conduta da empresa em relação aos seus trabalhadores. O funcionário, admitido em 2011 na cidade de Ubatã, relatou uma série de eventos que culminaram em sua demissão enquanto ainda estava em tratamento de saúde.
Durante seus nove anos de serviço na agência de Ubatã, o funcionário enfrentou desafios, incluindo um acidente de carro que resultou na perda de seu veículo, onde o banco não prestou nenhum amparo emocional e muito menos financeiro. Para piorar o banco não emitiu o Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT), deixando o funcionário desamparado em um momento delicado de sua vida. Mesmo assim, ele continuou trabalhando, mostrando comprometimento e dedicação à instituição.
E NÃO É SÓ ISSO, após perceber que não havia mais chances de crescimento profissional em Ubatã, o funcionário foi transferido para a cidade de Maraú, onde viveu experiências muito traumáticas, incluindo dois assaltos durante seu período como gerente do PAA. Ele relata que viveu momentos aterrorizantes, os eventos violentos deixaram sequelas psicológicas, levando o funcionário a se afastar para cuidar de sua saúde mental.
E NÃO É SÓ ISSO, ao retornar do afastamento, o bancário foi transferido para a agência de Ubaitaba, onde desempenhou funções diferentes de sua posição anterior, inclusive substituindo o Gerente Geral da agência quando o mesmo se ausentava. Porém, como estava perto de sua família o funcionário relatou melhora em sua situação de saúde, mas durou pouco tempo, até ser transferido para a cidade de Maracás, onde o ambiente de trabalho não era adequado para sua recuperação, o que levou a uma série de crises de ansiedade, medo, insônia e pânico.
E NÃO É SÓ ISSO, diante da situação insustentável em Maracás, o funcionário buscou apoio de superiores, que concordaram com sua realocação para Ubaitaba, dando o prazo que seu último dia de trabalho na cidade seria no dia 28/06/24. No entanto, no dia programado para a mudança, o funcionário foi informado sobre sua demissão, causando choque e desespero nele e em sua família, especialmente em sua filha de sete anos, que aguardava ansiosamente sua volta.
Confira abaixo, o relato do bancário.
“Me encontro em um momento que não desejo a ninguém. Eu ia fazer 14 anos de muita dedicação, responsabilidade e respeito. Passei por várias funções, tirei férias de vários colegas e gerentes gerais, mas para o Bradesco sempre seremos descartáveis, e nunca o que fizermos será suficiente para eles. É tanto que a meta não é mais 100% e sim 130%, 150% ou mais, tudo isso para enriquecimento dos grandes banqueiros e adoecimento dos funcionários.
Dentro do meu período no Bradesco, tive várias situações no banco. Quando ainda trabalhei em Ubatã, tive o desprazer de ir levar a chave ao PAA de Gongogi, naquela época ainda a estrada era de chão e fui no meu carro, no percurso um carro evadiu a contra mão e veio para bater de frente comigo. Ao desviar, capotei. O banco não emitiu a CAT, não tive meus bens materiais ressarcidos e continuei meu trabalho.
Em 2020 fui transferido para Maraú, um PAA de porte 3, onde tive as piores experiências da minha vida, como pessoa e profissional, pois o segundo funcionário nunca chegou. Trabalhava sozinho, não tinha suporte da agência e fui vítima de 2 assaltos, o que me levaram a fazer tratamento. Hoje tenho dificuldade em dormir, tenho crises de pânico, ansiedade. Fora as dores nas articulações, punhos, dormências nos braços por conta das atividades exercidas aos longos dos anos na empresa.
Fiquei afastado das atividades por 09 meses e quando retornei, a pedido do meu psiquiatra, foi recomendado ao banco que eu trabalhasse próximo do meu vínculo familiar, no qual o banco atendeu até um mês antes de vencer minha estabilidade. Mas, o pior foi a falta de humanismo do Bradesco, que no último mês me mandou para uma cidade na qual não conhecia ninguém. Fiquei quase 30 dias, ansioso, em pânico, com medo, com insônia.
Me prometeram (sic) retornar para Ubaitaba por conta do meu estado de saúde e assim estava tudo certo entre a gerência de Camamu, Ubaitaba e a regional de Feira de Santana. Me ligaram, na quarta-feira, confirmando que segunda-feira, dia 01/07/2024, eu voltaria para Ubaitaba para tirar as férias do gerente geral da unidade, mas não foi isso que aconteceu.
Em 28/06/2024, fui surpreendido com a demissão, justamente no dia que venceu minha estabilidade.
Fica aqui meu repúdio, ao Bradesco!
Pela falta de humanismo, pois, eu não adoeci porque quis, estou doente pelas diversas situações que passei na empresa. Adoeci pela falta de segurança, proteção. Adoeci pelas metas abusivas que aplicam todos os dias, em cima dos funcionários. Adoeci pelas videoconferências expondo os funcionários, adoeci pela falta de respeito que o Bradesco não teve por mim, funcionário de quase 14 anos, que por conta do meu afastamento para me tratar fui demitido, estando longe de casa e ainda fazendo tratamento e tomando remédios controlados.”
Posição do sindicato – Este caso levanta questões sobre a conduta ética e humanitária do Bradesco em relação aos seus funcionários, especialmente em momentos de vulnerabilidade como o enfrentado por este trabalhador do Bradesco.
É essencial que os bancos priorizem o bem-estar e a saúde de seus empregados, garantindo um ambiente de trabalho seguro e acolhedor para todos.
A demissão do funcionário, em um momento tão delicado de sua vida, demonstra uma falta de empatia e consideração por parte da instituição, que deve rever suas práticas e políticas internas para evitar situações semelhantes no futuro.
O Sindicato dos Bancário repudia veementemente a prática do Bradesco e vai em busca dos direitos do trabalhador para que a lei seja cumprida, para que em breve seja restabelecido seu emprego.