Consulta nacional mostra prioridades da categoria

Os resultados da Consulta Nacional foram apresentados neste domingo (9/6), último dia da 26ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro. Este ano, 46.824 bancários e bancárias de todo o país responderam ao questionário que apontou as prioridades para a negociação com os bancos durante a campanha nacional 2024.

Nas cláusulas econômicas, as prioridades foram aumento real nos salários (93%), aumento na participação nos lucros e resultados (63%) e reajuste maior para os vales alimentação e refeição (51%).

Manutenção dos direitos (70%), do emprego (49%) e o combate ao assédio moral (45%) foram as prioridades nas cláusulas sociais. O percentual dos que apontaram o assédio aumentou em relação à consulta do ano passado: em 2023, foram 31%. Isso demonstra a importância que o tema tem para os trabalhadores e reforça a necessidade de manter a luta contínua contra o assédio.

Dados preocupantes

Os bancários apontaram ainda como os três principais impactos da cobrança excessiva de metas: a preocupação constante com o trabalho (67%), cansaço e fadiga constantes (60%) e desânimo e vontade de não ir trabalhar (53%).

A consulta questionou ainda se o bancário ou bancária havia usado remédios controlados (antidepressivos, ansiolíticos, estimulantes) nos últimos 12 meses e 39% responderam que sim. O dado é bastante preocupante e revela mais uma vez o quadro de adoecimento da categoria.

Outro dado impactante da consulta é o que trata do assédio sexual: 33,4% dos participantes responderam já ter sofrido ou presenciado algum caso de assédio sexual em seu local de trabalho. Este é mais um argumento para que o movimento sindical cobre medidas mais efetiva dos bancos sobre o tema.

Condições de trabalho

Os bancários responderam ainda sobre quais medidas deveriam ser adotadas para um ambiente ético, cooperativo e respeitoso nos bancos. As três principais foram a definição das metas levando em consideração porte, região, perfil de clientes e número de empregados na unidade (51%); que as metas deveriam ser readequadas em caso de redução de funcionários (46%); e a maior participação dos bancários na definição das metas e dos mecanismos de sua aferição (38%).

A Consulta deste ano também mediu o endividamento da categoria. Entre os respondentes, 71% têm dívidas, sendo que 10% possuem dívida em atraso. Sobre o financiamento da luta para manutenção e conquistas de direitos, 92,4% acredita que deve ser responsabilidade de todos os bancários, pois todos se beneficiam das conquistas. Apenas 6,8% acreditam que somente sócios dos sindicatos devem se responsabilizar pelo financiamento da luta, mesmo que todos os bancários sejam beneficiados.

A Consulta também questionou sobre a forma preferida de participação nas assembleias da categoria. Apenas 12% prefere participar presencialmente. A grande maioria, 87% prefere participar por meio virtual/remoto, com votação por plataformas digitais na internet.

(Fonte: Feebbase)