Sindicato dos Bancários de Ilhéus denuncia conduta do gerente da agência, frente as manifestações.
Nesta terça-feira (12 de agosto de 2025), o Sindicato dos Bancários de Ilhéus e Região promoveu uma mobilização em frente à agência do Bradesco no centro da cidade, retardando sua abertura como forma de protesto contra o fechamento de agências, as demissões em massa e a prática de assédio moral que atingem toda a categoria.
De acordo com levantamento do setor sindical, entre janeiro e julho de 2025, o Bradesco demitiu 2.466 funcionários, o que significa uma média de 11,74 desligamentos por dia em todo o país. Na Bahia e Sergipe, foram 176 demissões no mesmo período.
Nos últimos cinco anos, mais de 130 agências foram encerradas apenas na Bahia, obrigando moradores de diversas cidades a percorrerem até 50 km para acessar serviços bancários. Entre as perdas recentes na região, está o fechamento da agência de Uruçuca, que atendia sozinha todo o município. Em Una, o único posto de atendimento do Bradesco também já foi fechado, restando à população apenas a alternativa do Banco do Brasil.
Além de reduzir a estrutura física, o banco vem desligando funcionários, inclusive aqueles em tratamento médico, o que, de acordo com a entidade sindical, representa flagrante violação de direitos trabalhistas.
Apesar desse cenário, o Bradesco mantém campanhas institucionais com slogans como #SomosPelasPessoas e #SomosPelosClientes. Para o presidente do sindicato, Rodrigo Cardoso, a mensagem não corresponde à realidade:
“É marketing puro. Na prática, o que vemos é a busca incessante por lucro, mesmo que isso custe empregos, saúde e a dignidade das pessoas”, afirma.
O sindicato lançou a campanha #PessoasPedemRespeito para expor a contradição entre o discurso e a ação da instituição.
“Estamos falando de profissionais que entregam resultados e sustentam famílias. Não é admissível que um banco tão lucrativo trate seus trabalhadores como descartáveis”, reforça Cardoso.
A manifestação também trouxe à tona uma denúncia grave: esta é a terceira vez que o gerente da agência de Ilhéus determina que funcionários sejam deslocados para trabalhar em uma cidade vizinha durante o protesto, numa clara tentativa de burlar a manifestação . Desta vez, porém, o sindicato de Ilhéus alertou o sindicato de Itabuna, e, em conjunto, impediram o acesso desses bancários à agência.
“Esse vai e vem na estrada coloca vidas em risco. Nós não vamos aceitar que a integridade física dos colegas seja sacrificada por metas e lucro. Essa prática é perigosa e será combatida sempre”, declarou o presidente.
O sindicato reafirma que continuará vigilante, denunciando abusos e defendendo não apenas os bancários, mas também a qualidade dos serviços prestados à população.
“Enquanto tentam calar nossa voz com propaganda, estaremos nas ruas lembrando que o povo precisa de compromisso real, não de frases bonitas”, concluiu Cardoso.
