Por Gabriel Nobre
No dia 28 de agosto, celebramos o Dia do Bancário, uma data que marca um importante capítulo na história da luta pelos direitos dos trabalhadores bancários. Foi em 1951, que os bancários iniciaram sua primeira greve, um ato que desencadeou uma série de conquistas que moldaram as condições de trabalho e os direitos da categoria, que continuam a se expandir até os dias atuais.
Contrariamente à percepção de que os direitos dos bancários foram concedidos de forma benevolente pelos banqueiros, é essencial destacar que cada conquista foi arduamente batalhada. As greves e a mobilização dos sindicatos foram fundamentais para que os trabalhadores pudessem ter direitos, condições mais justas e dignas de trabalho. Entre as conquistas mais significativas, destacam-se o vale-refeição e alimentação , assegurado na greve de 1990, e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que começou a ser garantida para os bancos privados em 1995 e para os bancos públicos em 2003. Essas vitórias são um testemunho do poder da união e da luta coletiva.
Hoje, 28/03, o Sindicato dos Bancários de Ilhéus e Região demonstrou sua força ao retardar a abertura da agência 0237 do Bradesco. Essa ação foi uma resposta direta às propostas consideradas inaceitáveis apresentadas pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) nas negociações salariais de 2024. A proposta inicial da FENABAN de 90% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e no final do dia de 100%, com vigência apenas a partir de janeiro. Uma oferta que não condiz com a realidade econômica enfrentada pelos bancários e que resultaria em uma perda de aproximadamente R$ 1,2 bilhões em salários.
A recusa dos sindicatos em aceitar essa proposta “ridícula”, reflete um sentimento de indignação e um compromisso inabalável com a luta por condições mais justas. Os sindicatos dos bancários estão firmes em sua posição de que não vão recuar e não hesitam em considerar a declaração de uma greve por tempo indeterminado, se não houver uma proposta digna que atenda às suas demandas.
O Dia do Bancário é, portanto, um momento de reflexão e celebração, mas também de mobilização. A história nos ensina que as conquistas não vieram sem esforço e que a luta deve continuar. É preciso lembrar que, enquanto algumas vitórias já foram alcançadas, a batalha por direitos e condições de trabalho dignas está longe de terminar. A união e a força da categoria são essenciais para que os bancários possam continuar a conquistar o que é justo e necessário. Juntos, eles reafirmam que, por trás de cada conquista, existe a luta incansável de trabalhadores que se recusam a aceitar menos do que merecem.