Fenaban apresenta dados das ações sobre diversidade nos bancos

  • Post author:
  • Post category:Artigos

O Comando Nacional dos Bancários se reuniu com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na sexta-feria (30/5), em São Paulo, para uma mesa de negociação sobre diversidade, inclusão e pertencimento. Após reivindicação dos trabalhadores, os bancos apresentaram os primeiros dados da implementação de cláusulas conquistadas na Campanha Nacional com avanços para PCDs e pessoas trans.

Na mesa, a Fenaban apresentou os resultados de uma pesquisa com 35 bancos — que representam mais de 90% da categoria — destacando progressos importantes nas áreas de inclusão de pessoas com deficiência (PCDs), ampliação das licenças maternidade e paternidade, além do compromisso com o 4º Censo da Diversidade e do acolhimento da proposta de criação de um protocolo para enfrentamento à casos de racismo e LGBTfobia, especialmente de clientes contra funcionários.

A Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe foi representada na negociação pelo presidente do Sindicato da Bahia, Elder Perez. Para ele, “discutir inclusão e combate ao racismo, à lgbtfobia, ao capacitismo, etc, tem um caráter civilizatório. Além do mais, atitudes de discriminação e preconceito podem ser enquadradas na lei 7.716/1989 e consideradas crimes.”

Pessoas com deficiência (PCD)

O levantamento da Fenaban revelou que 18.528 pessoas com deficiência atuam no setor bancário, o que corresponde a 4,28% da categoria.

Sobre o cumprimento da Cláusula 116 da CCT — que garante abono de ausência para reparo ou conserto de próteses —, foram registradas 101 ocorrências: 52 delas entre setembro e dezembro de 2024 e 49 de janeiro a abril de 2025.

Licença maternidade e paternidade

De acordo com os dados apresentados: 84% dos bancos já ampliaram a licença-maternidade de 120 para 180 dias e a licença-paternidade de 5 para 20 dias; 6% disseram que adotarão essa ampliação até o primeiro semestre de 2026; Outros 6% ainda estão analisando e 4% não deram previsão e 100% dos bancos garantem o mesmo tratamento a casais homoafetivos.

Os números demonstram o avanço na utilização do benefício: Das 7.269 licenças-maternidade concedidas, 99,6% (7.240) foram de 180 dias e das 6.770 licenças-paternidade, 99,4% (6.732) foram de 20 dias.

Questões LGBTQIA+

Entre os bancos que responderam à pesquisa:97% reconhecem uniões homoafetivas estáveis e aplicam os direitos da CCT aos cônjuges; 71% orientam que cônjuges do mesmo sexo tenham acesso ao plano de saúde do companheiro bancário e 3257 pessoas já são dependentes nos planos de saúde dos seus cônjuges dentro dessas instituições.

Sobre declarações de repúdio à discriminação LGBTQIA+: 71% já publicaram; 14% farão isso até o fim de 2025; 3% até o primeiro semestre de 2026 e 11% estão pendentes.

Sobre declarações de apoio à igualdade com destaque às pessoas trans: 69% já declararam; 11% farão em 2025; 3% até o primeiro semestre de 2026; 17% estão pendentes.

Informações internas sobre respeito à população LGBTQIA+: 91% dos bancos informam seus empregados; 6% farão isso até 2025; 3% estão pendentes.

Canais de apoio: 86% dos bancos disponibilizam canais para tratar de temas LGBTQIA+; 8% irão implementar ainda este ano; 3% até o 1º semestre de 2026;

3% seguem pendentes. Vale destacar que 94% desses canais são os mesmos utilizados para denúncias de assédio moral, sexual e outras formas de violência.

População trans

A pesquisa da Fenaban identificou 233 pessoas trans trabalhando no setor bancário. Os dados mostram que: 77% dos bancos que responderam à pesquisa têm pessoas trans em seus quadros; 20% não forneceram a informação; 3% afirmaram não controlar esse dado. Além disso: 100% dos bancos garantem o direito ao uso do nome social;

Sobre a divulgação de iniciativas de diversidade, inclusão e pertencimento: 74% dos bancos já disponibilizam essas informações aos empregados; 14% farão isso até 2025;

3% até o 1º semestre de 2026; 9% estão pendentes.

4º Censo da Diversidade

O Comando Nacional dos Bancários cobrou a criação de um grupo de trabalho para a construção do 4º Censo da Diversidade, compromisso assumido pelos bancos na última campanha.

A Fenaban informou que contratou o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert) para conduzir a pesquisa e apresentou um cronograma: o censo será aplicado na terceira semana de setembro de 2025, com divulgação dos resultados a partir de fevereiro de 2026.

O próximo encontro para definição do questionário e do cronograma acontecerá na quinta-feira, 5 de junho, às 14h, com a participação de bancários, Fenaban, Ceert e o Dieese.

Protocolo de atuação em casos de racismo e LGBTfobia

Durante a mesa, os representantes dos bancários solicitaram a criação de um grupo de trabalho para elaborar um protocolo de atuação em casos de racismo e LGBTfobia, tanto entre colegas de trabalho quanto de clientes contra trabalhadores.

A Fenaban reconheceu a importância do tema, mas como não estava preparada para tratá-lo nesta reunião, sugeriu que o assunto seja debatido em uma próxima mesa.