Reunião com o Itaú expõe graves violações de direitos de bancários adoecidos e a necessidade urgente de mudanças

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Em um encontro decisivo, o Grupo de Trabalho de Saúde dos empregados do Itaú confrontou o banco sobre uma série de problemas que têm afetado severamente os funcionários. A reunião foi crucial para expor situações graves que vêm prejudicando trabalhadores adoecidos, seja durante a licença, seja enquanto aguardam perícia do INSS, e para exigir do banco respostas e ações concretas.

Convocação indevida de bancários adoecidos: um desrespeito à legislação

Muitas queixas têm sido recebidas de funcionários em licença médica ou aguardando perícia do INSS que são convocados para Avaliação de Capacidade Laboral (ACL) e para o ASO (Atestado de Saúde Ocupacional) antes mesmo do benefício cessar. Entende-se que essas convocações são descabidas, uma vez que o contrato de trabalho encontra-se suspenso nesse período.

“A postura do banco ignora o momento de fragilidade do trabalhador, podendo agravar o quadro de adoecimento e, ainda descumprir os dispositivos legais trabalhistas e previdenciários,  solicitamos do banco explicações da conduta e os ajustes necessários para que os trabalhadores deixem de ser prejudicados.”, disse a dirigente da FEEBBASE e integrante do GT de Saúde do Itaú, Luciana Dória que esteve presente no encontro.

Falhas no IU Conecta prejudicam o trabalhador

Outro ponto crítico abordado foi a insuficiência do IU Conecta. Falhas no sistema e atrasos no envio de documentos pelos gestores têm gerado prejuízos inaceitáveis aos trabalhadores. Foram exigidas melhorias imediatas na plataforma, destacando que essa conduta precisa ser corrigida sem qualquer demora para evitar mais transtornos aos bancários.

Canais de denúncia: falta de credibilidade e assédio impune

Os canais de denúncia de assédio, moral e sexual, foram alvo de duras críticas. Continua-se informando ao banco que os modelos atuais não transmitem a credibilidade necessária aos envolvidos, permitindo que as práticas de assédio persistam sem a devida punição. Foi solicitada uma revisão urgente do fluxo de apuração para garantir proteção efetiva às vítimas e testemunhas.

“Entende-se que, embora seja necessário resguardar o direito de defesa do denunciado, ele não pode ser o primeiro a ser informado sobre a denúncia. Este modelo tem gerado um clima de desconfiança entre os empregados e um ambiente inibitório que desestimula novas denúncias, perpetuando o ciclo do assédio.”, ressaltou Luciana.

Outras pautas importantes: comunicação e descontos indevidos

A reunião também abordou outras questões relevantes, como as comunicações sobre retorno ao trabalho. Os e-mails enviados pelo banco aos empregados que estão prestes a receber alta do INSS geram uma sensação de pressão desnecessária. O Itaú se comprometeu a rever os textos em conjunto com o GT para construir uma comunicação mais clara e humana.
Sobre os descontos referentes a adiantamentos salariais durante os períodos de afastamento, foram apontadas inconsistências. O banco prometeu levar um representante da folha de pagamento na próxima reunião para explicar as rubricas e esclarecer os valores descontados, visando corrigir eventuais irregularidades.

Programa Linha de Cuidado: atenção à coparticipação

O Itaú apresentou o programa Linha de Cuidado, em parceria com o Grupo Fleury, que oferece consultas e encaminhamentos médicos. No entanto, foi sugerido que, por ser um programa do próprio banco, os exames não deveriam gerar custos de coparticipação aos participantes.
Reiterou-se que todo projeto de cuidado em saúde é bem-vindo, mas que não pode gerar ônus adicional para quem já está enfrentando problemas de saúde. Além disso, destacou-se que, para realmente prevenir adoecimentos, o Itaú precisa enfrentar as causas reais: acabar com as metas abusivas e com o assédio moral que adoece diariamente os bancários. Sem essas mudanças estruturais, qualquer programa de cuidado fica incompleto.
Os representantes dos trabalhadores permanecem vigilantes na defesa dos direitos dos bancários, cobrando do banco a responsabilidade social necessária e garantindo que as demandas dos trabalhadores sejam atendidas.