Reuniões controversas e assédio moral: crise na agência 0237 do Bradesco em Ilhéus

Nestas quinta (18) e sexta-feira (19), a agência 0237 do Bradesco, localizada em Ilhéus, foi palco de reuniões que levantaram sérias preocupações sobre a ética e a legalidade das práticas do gerente geral.

Os encontros, que deveriam servir para alinhar a equipe e promover um ambiente de trabalho saudável, acabaram se transformando em um espaço de tensão e desconfiança. Fato que colocou em xeque a integridade da gestão do banco.

Durante as reuniões, o gerente geral fez declarações alarmantes. Na ocasião, ele afirmou que os funcionários são monitorados por câmeras, esse argumento é uma investida para pressionar psicologicamente e intimidar o quadro de funcionários.

O Sindicato dos Bancários de Ilhéus e Região (Seebi) fez uma consulta em diversas agências e constatou que nenhuma delas têm ciência da informação repassada pela gerência da 237.

Mesmo diante da legalidade do monitoramento por vídeo, esse dispositivo não pode, nem deve ser utilizado como medida intimidatória para os trabalhadores.

Essa questão levantou imediatamente indagações sobre a transparência e a responsabilidade da gerência. Situação, a qual levou o Sindicato a questionar a origem e a veracidade dessas alegações.

“Onde foi publicada essa informação?” questionou diretores do sindicato, com ênfase na falta de clareza por parte da gerência.

Mais preocupante ainda, foi a maneira como o gerente abordou a performance dos funcionários. Ao afirmar que “vamos continuar performando bem, para manutenção dos empregos”, ele deixou claro que aqueles que não atingissem as metas estabelecidas estariam em risco.

Essa declaração não configura apenas uma ameaça explícita, mas também revela um ambiente de trabalho hostil, onde a pressão por resultados pode levar a uma deterioração da saúde mental dos trabalhadores.

Afinal, todos sabem que o desempenho pode variar, um dia pode ser ruim o outro, bom. A ideia de que a sobrevivência no emprego está atrelada a resultados sempre positivos é, no mínimo, preocupante.

Além disso, o gerente provocou um clima de insegurança ao afirmar que “SÓ OS BONS FICARÃO” durante o processo de incorporação das agências. Essa frase de impacto deixou os funcionários em estado de apreensão constante.

Essa abordagem não apenas desestabiliza a moral da equipe, mas também cria um ambiente propenso ao assédio moral. Medo e insegurança prevalecem sobre a colaboração e o espírito de equipe.

A situação se agravou ainda mais, durante uma reunião com quatro sindicalistas. Nesse encontro, o gerente espalhou uma série de informações dúbias, incluindo a alegação de que os sindicalistas estavam sendo monitorados.

Quando o sindicato buscou esclarecimentos com os diretores do setor de Relações Sindicais do Bradesco, recebeu a informação de que “nunca houve tal monitoramento e que a carga de trabalho da equipe era intensa demais para se preocupar com esse tipo de vigilância”.

Essa desconexão entre as afirmações do gerente e a realidade, levantou dúvidas sobre sua credibilidade e a idoneidade em suas ações.

Diante de um cenário tão caótico, o sindicato se comprometeu a investigar as práticas do gerente e a buscar as medidas cabíveis junto às autoridades competentes. “O sindicato sempre preza pela clareza e verdade nas ações do banco”, declarou um representante, enfatizando a necessidade de um ambiente de trabalho saudável e respeitoso.

A situação na agência 0237 é um claro alerta sobre os desafios enfrentados pelos trabalhadores no atual cenário econômico, onde a pressão por resultados pode levar a práticas abusivas.

É fundamental que os funcionários se sintam seguros e valorizados, e que as direções sejam pautadas pela ética e pelo respeito.

A luta do sindicato por um ambiente de trabalho justo e transparente é uma batalha que merece o apoio de todos.

Ações que ferem a dignidade e o bem-estar dos trabalhadores não podem ser toleradas. É dever de todos nós, do sindicato, garantirmos que a verdade e a justiça prevaleçam.

O Sindicato entrou em contato com a Gerência Regional e o departamento de Relações Sindicais. Esses setores informaram que desconhecem informação repassada pelo gerente da agência.