Na sessão da última terça-feira (17), na Câmara de Ilhéus, o vereador Paulo Carqueija (PSD) utilizou o tempo do seu pequeno expediente para denunciar que bancos de Ilhéus se recusam a atender clientes no guichê de caixa. “Eu quero me dirigir a situação do atendimento dos bancos na nossa cidade, notadamente os privados, estão se negando ao atendimento presencial, conhecido como boca de caixa”, disse.
O parlamentar sinalizou que este problema precisa da união de todos: mesa diretora, vereadores e população. Ainda classificou situações que os clientes passam como desrespeitosas. “Se você recebe um cheque que é uma ordem de pagamento à vista e vai ao banco, ele diz que você tem que ter uma conta. Caso você não tenha, diz que você deve procurar alguém que tem e deposite seu dinheiro na conta desse alguém para que esse alguém depois lhe devolva o seu dinheiro. É simplesmente, gente, hilário isso. É uma falta de respeito sem limites”, desabafou.
O vereador lembrou que essa conduta do banco afronta totalmente as resoluções do Banco Central (BC), que indica o direito do atendimento presencial. “É seu direito ir ao guinche, ao que se chama de ‘boca de caixa’. Os bancos, em sua usura desenfreada, estão negando esse direito. Quero conclamar os colegas sindicalistas dessa casa, Augustão, Enilda, Luna, Cláudio Magalhães, convocar a nossa Comissão de Defesa do Consumidor (CDC) para junto com o sindicato dos bancários fazemos uma visita a esses bancos”, sugeriu.
“Fazemos um expediente para isso, um ofício e prestamos uma denúncia ao Banco Central, para dar notoriedade a esse descalabro, a esse absurdo. Quero convocar o vereador Tandick, que é um exímio advogado, defensor público a engajar-se nisso. Também que essa seja uma pauta dessa casa, quero convocar o Jerbson Moraes, que é também um exímio advogado. Alguma coisa precisa ser feita, porque é muito desrespeito, falta de consideração, muita usura desses banqueiros. Senhor presidente, eu espero, verdadeiramente, que a nossa CDC e os vereadores se engajem nessa luta”, complementou.
Na sequência, o vereador Ivo Evangelista (Republicanos) disse que muitas agências bancárias dificultam a acessibilidade da pessoa com deficiência. “Então, a gente tem que abrir um grande debate sobre essas agências no município de Ilhéus, como também, a gente precisa da atuação do Procon. A gente não está aqui em penalizar ninguém, mas precisamos diminuir o sofrimento do consumidor. E para isso, o Procon tem que atuar”, disse.
O vereador ainda afirmou que os problemas não estão apenas na questão dos depósitos e do atendimento presencial. “O atendimento à pessoa com deficiência, ao idoso é muito desumano. Também o que é feito com o não alfabetizado, que tem muita dificuldade. A gente vê muitas pessoas sendo enganadas dentro dos autoatendimentos dos bancos, porque as pessoas não têm o conhecimento para fazer suas operações”, destacou.
“Então é preciso ter esse cuidado, a sociedade clama e briga por isso, o direito do consumidor. A lei foi criada em 1990, o Código de Defesa do Consumidor, a gente precisa colocar ela em prática no município de Ilhéus. Muitas ações precisam ser promovidas. Eu como membro da comissão de defesa do consumidor, já me comprometo, em a gente fazer uma ampla discussão e chamar os bancos aqui para discutir justamente essas questões que precisam ser discutidas”, concluiu.