Mesmo com falas da direção de que programa Performa é problemático, fato apontado pelo movimento sindical desde sua implantação, BB ainda não apresenta proposta de revogação
Em mesa de negociação sobre o programa Performa e o Plano de Cargos e Salários (PCS), realizada na quarta-feira (13), os membros da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) criticaram a morosidade do banco em apresentar respostas às questões que foram aprovadas pelos trabalhadores e entregues ao banco, na minuta de reivindicações.
O Performa foi criado pelo BB em 2020, com a promessa de que a reestruturação não impactaria no desenvolvimento da carreira de mérito, portanto na diminuição das verbas salariais dos funcionários. Entretanto, não foi isso o que aconteceu. E, desde aquele ano, o movimento sindical vem denunciando os impactos negativos do programa.
Na reunião dessa quarta, o banco também não apresentou nenhuma resposta em relação ao PCS. “A única manifestação que o banco fez na mesa foi um pedido para que nós compartilhássemos estudos e reivindicações nossas sobre a questão”, destacou a coordenadora da CEBB, Fernanda Lopes. “Nossa avaliação de tudo isso é muito negativa, porque estamos a praticamente três meses do final do ano com poucos avanços”, completou.
Temos trabalhadores que estão adoecendo por conta da sobrecarga, como é o caso dos gerentes de serviços, que estão com acúmulo de funções. A solução não pode mais ser adiada”, destacou ainda Fernanda Lopes.
Em resposta às manifestações dos trabalhadores na mesa, o banco admitiu que não tinha “algo concreto para apresentar”, tanto em relação ao Performa, quanto em relação ao PCS, e ainda que não há “perspectiva de trazer uma proposta de planos e salários até o final do ano”.
Os membros da CEBB rebateram, reforçando a exigência pela revogação do Performa, o fim da Verba Temporária Vinculada a Função (VTVF ou, como ficou conhecida entre os trabalhadores, a verba come-come). Além disso, o movimento sindical cobrou a volta das funções de gerente básico e avançado e concordou em auxiliar o banco com subsídios às discussões do PCS, contanto que a CEBB participe do grupo de trabalho que está estudando a questão no banco e, ainda, que esse grupo tenha resolutividade e que sejam apresentados os prazos definidos.
“Infelizmente tivemos uma reunião mais tensa, porque o banco não está tratando a mesa de negociação como um espaço em que tem que chegar com avanços. Em julho nós já havíamos discutido a questão do Performa, problema já reconhecido publicamente pelo banco, mas estamos no final do ano e seguimos sem proposta concreta para solução dessa situação que tanto prejudica os trabalhadores”, pontuou a coordenadora da CEBB.
Entenda
• Prevista inicialmente para o dia 11 de setembro, a mesa de negociação temática sobre PCS e Performa ocorreu nessa quarta-feira, 13 de setembro.
• O banco não apresentou propostas e nem avanços concretos sobre o Performa e o PCS e admitiu que não há perspectiva de trazê-las nos próximos meses.
• Sobre o Performa, os trabalhadores reivindicam a revogação do programa que, criado no início de 2020, impactou negativamente na carreira de mérito, portanto ocasionou a diminuição de verbas salariais de funcionários.
• Em relação ao PCS, que estabelece os critérios de remuneração, os bancários exigem participação ativa no grupo de trabalho do banco que estuda o plano de carreiras e, ainda, que o grupo tenha resolutividade e que sejam apresentados os prazos definidos.
• Os trabalhadores pontuaram que a mesa de negociação seja um espaço para avanços concretos em relação à minuta de reivindicações da categoria, entregue ao banco ainda no ano passado.
(Fonte: Contraf / CUT)