Na sexta-feira (1º de outubro) será retomada mesa de negociação sobre saúde para discutir protocolos de segurança contra a covid-19
Os resultados da 2ª Pesquisa de Teletrabalho da Categoria Bancária foram apresentados na sexta-feira, 24/9, pelo Comando Nacional para a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Os representantes dos bancos pediram um tempo para avaliar os dados da pesquisa. Desde já serão realizadas negociações com os bancos, por meio das comissões de empregados.
O Comando manifestou preocupação com uma volta descoordenada e apressada ao trabalho presencial. Ficou marcada para a sexta-feira, 1º/10, a retomada de negociação para definir sobre os protocolos de segurança nos locais de trabalho.
A pesquisa foi feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e avaliou as condições para a categoria realizar o teletrabalho, após mais de um ano de duração dessa modalidade, durante a pandemia da Covid-19.
Foram colhidos dados de questionários respondidos por 13 mil bancárias e bancários e feitos vários recortes na pesquisa, desde faixas etárias, salariais, distribuição geográfica e por bancos. Houve maior índice de diagnóstico positivo de Covid-19 (38%) entre os que permaneceram no trabalho presencial do que os que foram para o teletrabalho (23%).
Chamou a atenção o fato de que o banco que menos colocou trabalhadores em teletrabalho foi o que mais teve registros de contaminação.
“O fato de termos negociado no ano passado a ida de boa parte da categoria para o teletrabalho e discutirmos medidas protetivas para quem ficou nas agências foi decisivo para salvarmos vidas. Foi importante fazermos essa pesquisa. Nos ajudou muito a enxergar o que temos que negociar. Mostrou que aquilo que o Comando pauta desde o ano passado era realmente necessário para proteger os trabalhadores e traz algumas demandas para negociarmos”, destacou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, coordenadora do Comando Nacional.
Retorno
Uma das principais preocupações do Comando é com o retorno dos que estão em teletrabalho para o trabalho presencial. “Dizemos desde o ano passado que o retorno não pode ser feito antes de ter uma proteção na sociedade, de ter todos os cuidados. O retorno tem que ser cauteloso. Vemos que alguns bancos fazem retorno sem negociar. O que está em jogo é se a pessoa vai viver ou não, se vai ficar com sequelas ou não. Isso tem consequências que não são boas para as pessoas. Por isso, cobramos tanto a negociação antes de qualquer retorno”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT.
Ficou marcado para a próxima sexta-feira (1º de outubro) a retomada da Mesa Permanente de Saúde entre o Comando e a Fenaban para definir o protocolo de segurança contra a Covid-19.
“Nossa preocupação é que a pandemia não está controlada. O número de óbitos continua preocupante, acima de 500, e a vacinação está lenta. Essa ânsia de retorno nos preocupa. Há risco para o grupo de risco. Nos preocupa o debate das sequelas. Tem muitos colegas que estão trabalhando com capacidade de trabalho diminuída por causa das sequelas”, disse o secretário de Saúde do Trabalho, Mauro Salles.
“O grupo de risco é o mais preocupante. Estamos vendo os bancos pedindo o retorno a partir de outubro, pedindo o retorno das pessoas com comorbidade. Quem toma a segunda dose, acha que não há mais necessidade de usar máscara e de ter distanciamento. Sabemos que a vida não voltou ao normal”, ressaltou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, outra coordenadora do Comando Nacional.
Custos do teletrabalho
Um dado importante na pesquisa foi que somente 13% dos pesquisados estão recebendo auxílio financeiro dos bancos para os custos do teletrabalho. Apenas um dos cinco maiores bancos está pagando o auxílio de forma regular.
Quando foi perguntado o que de mais importante deveria ser fornecido pelos bancos para quem estiver em teletrabalho, 59% dos pesquisados responderam que seria o pagamento do auxílio financeiro para cobrir as despesas com o trabalho remoto (luz, água, internet etc). No ano passado, 39% dos pesquisados apontaram o pagamento do auxílio como importante.
A resposta mais frequente (64%) foi o fornecimento de equipamentos de infraestrutura. (cadeira, notebook etc.)
Enquanto as despesas do teletrabalho se avolumam com o aumento da inflação, os bancos cortaram custos com o trabalho remoto. Economizaram R$ 766 milhões, na comparação das despesas administrativas entre 2019 e 2020.
Fonte: Contraf – CUT