
Igualdade de oportunidades, salários e acesso à Justiça. Estes foram os foram os temas abordados na primeira mesa de debates do 8º Encontro das Bancárias da Bahia e Sergipe, que aconteceu no sábado (17/5), no Ginásio de Esportes dos Bancários, em Salvador. As palestrantes foram a economista Ana Georgina Dias e a advogada Beatriz Nóvoa. A mesa contou ainda com as diretoras de Gênero dos sindicatos da Bahia, Marta Rodrigues, e de Sergipe, Rosângela Santos.
A primeira exposição foi de Ana Georgina Dias, economista e técnica do Dieese Bahia, que fez uma análise sobre a desigualdade salarial entre mulheres e homens no setor bancário. Os dados trazidos por ela mostram uma realidade preocupante.

As mulheres representam 54,9% dos trabalhadores do setor financeiro e 47,5% no bancário. Elas ocupam 43% dos postos de trabalho nos bancos públicos e 50,6% nos privados. Na Bahia, são 43,2% da categoria, sendo 39% em Sergipe.
Apesar do crescimento da presença feminina no setor, a desigualdade salarial ainda persiste. “A remuneração média das bancárias é 19% inferior a remuneração média dos homens. No recorte de raça, verifica-se que a remuneração média das mulheres negras (pretas e pardas) é 34,5% inferior a remuneração média do bancário branco do sexo masculino. A diferença também persiste no acesso aso cargos de lideranças. Em 2023, as mulheres ocupavam 46,5% dos Cargos de Liderança. Considerando o recorte racial, mulheres negras representavam 10,3 % destes cargos”, informou Ana Georgina.
Avanços para igualdade na Justiça

Logo em seguida, a advogada Beatriz Nóvoa, que atua na área trabalhista, é conselheira da OAB Bahia e faz parte do Comitê para a capacitação da advogacia para atuação do protocolo com perspectiva de gênero, mostrou os avanços nos julgamentos sob as perspectivas de gênero em algumas áreas da Justiça.
Para ela, a adoção de uma perspectiva de gênero no sistema de justiça é essencial para garantir a igualdade e a justiça para todas as pessoas. “A Justiça do Trabalho, em particular, tem um papel fundamental na promoção da igualdade de gênero no ambiente de trabalho, e deve continuar a atuar de maneira firme e proativa para combater as desigualdades e assimetrias que afetam as mulheres. Este documento expandido inclui mais detalhes, exemplos práticos e dados estatísticos para cada seção, proporcionando uma visão abrangente e aprofundada sobre a implicação do Protocolo do CNJ sobre perspectiva de gênero no Direito do Trabalho”, concluiu Beatriz.
Os debates contaram também com contribuições de diversas participantes, que trouxeram suas experiências nas agências.